segunda-feira, 10 de maio de 2010

Convencional

As vezes me sinto perndendo o último fio
E a loucura me rodeia
como uma agulha à eminência de furar a pele
Já não me preocupo com palavras e acentos
Que esteja tudo errado
Estou mergulhada no caos...
Nunca fui um desses modelos de perfeição
Inexistentes, porém facilmente encontrados
nas máscacas de quem oculta a própria face
Já não escondo meu desgosto
Nada justifica dissimular a própria essência
Quem me vê assim perdida pode se assustar
mas ando inofensiva
Nada além de meia dúzia de palavras podres
Dia, noite, manhã, tarde e noite, madrugada
Vejos todos eles passarem
Minha insônia se reveza com algum pesadelo
Pra quê tanta amargura?
Hoje acordei com medo de não mais ser eu
Parece até engraçado
Mas um dia tudo se acabará

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Entardecer

Mais uma tarde que passa
Vejo o sol se por pela janela
Lembro certas coisas
Imagens confusas me distraem
Enquanto a penumbra chega
Enquanto a luz se vai
Não sei mais o caminho da sua casa
Não sei o telefone
Nem o nome da sua rua
Não lembro quanto tempo faz
Não lembro quanto tempo faz
Mas se um dia perguntar por mim
Se um dia se lembrar de mim
Nunca me lembrei de esquecer
Tudo em paz
Mas a paz não é meu forte
Então procuro razão
Pra te convencer de que não sou tão só assim

terça-feira, 20 de abril de 2010

Apatia


A vida passa e não mudamos o mundo
O mundo muda a gente

E nos conformamos
Com mais um dia que passa
E nos conformamos
Com mais um dia sem graça

Cada um segue tentando
Chegar a algum lugar
A energia vital se esgota
E nos cansamos de tanto apanhar

O que nos sobra são sentimentos
Loucuras e delírios
Confusos e dispersos
Lembranças de um passado distante
Vagas lembranças de momentos felizes
E sonhos de um futuro incerto

E vamos seguindo
Na esperança de reencontrar
Aquele sentimento deixado pra trás
Quando seguíamos sorrindo
Sem medo de errar
Quando pisar o chão 
era loucura demais...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Me conformar não me fez menos insatisfeita
onde ficaram as ideologias
não dá pra fingir que a vida é perfeita
se não se faz o que quer todos os dias
não adianta praguejar os profetas
que não tiveram piedade
não adianta praguejar o mundo
não adianta viver pela metade

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Castelo de Cartas


Ouvi promessas

Vi caírem castelos de cartas

Ouvi chantagens

A vida é um jogo de cartas marcadas

Ouvi histórias

Nada mais me surpreende


Não há de ser mais um inimigo

Não há de ser promessa ou castigo

Não há de ser o fim da história

A vida mal começou agora


Ouvi aflitos

Vi peregrinos andarem descalços

Ouvi famintos

Chorarem um pão seco pelas calçadas

Ouvi gemidos

A dor cortado a madrugada


Vi caírem castelos de cartas

A vida é um jogo de cartas marcadas

Vi peregrinos andarem descalços

A dor cortando a madrugada

A culpa é de quem?

Chagas pelas ruas

Desastres naturais

Conflitos entre irmãos



Crianças semi nuas

Manchetes nos jornais

A culpa é de quem?



Banir os diferentes

Padronizar as mentes

Libertar culpados

Condenar inocentes



Atirar as pedras

Em falsos inimigos

Eleger culpados

Lavar as mãos



Todo mundo quer respostas

Ninguém dá a solução

Todo mundo atira a pedra

Ninguém aponta a direçaõ

Apontar culpados

Chorar por feridos

Lavar as mãos

Nada me parece tao ilícito
Atos imorais são questão de opinião
Mais vale viver
Correr o risco
Prefiro andar só
Pela contramão

Fatos irreais
Parecem ter razão
Os valores são trocados
E o errado sou eu
que não mudo minha opinião

Eu não mato inocentes
Não procuro os culpados
Eu não julgo atos dementes
O que parece pode não estar errado

Não confie nas palavras
Nada tem semtido real
Não confie nas pessoas
Quase todas lhe desejam mal
Nao confie nas histórias
Sempre se omite um fato
Não confie no amor
Ele é um sentimento escasso