quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Castelo de Cartas


Ouvi promessas

Vi caírem castelos de cartas

Ouvi chantagens

A vida é um jogo de cartas marcadas

Ouvi histórias

Nada mais me surpreende


Não há de ser mais um inimigo

Não há de ser promessa ou castigo

Não há de ser o fim da história

A vida mal começou agora


Ouvi aflitos

Vi peregrinos andarem descalços

Ouvi famintos

Chorarem um pão seco pelas calçadas

Ouvi gemidos

A dor cortado a madrugada


Vi caírem castelos de cartas

A vida é um jogo de cartas marcadas

Vi peregrinos andarem descalços

A dor cortando a madrugada

A culpa é de quem?

Chagas pelas ruas

Desastres naturais

Conflitos entre irmãos



Crianças semi nuas

Manchetes nos jornais

A culpa é de quem?



Banir os diferentes

Padronizar as mentes

Libertar culpados

Condenar inocentes



Atirar as pedras

Em falsos inimigos

Eleger culpados

Lavar as mãos



Todo mundo quer respostas

Ninguém dá a solução

Todo mundo atira a pedra

Ninguém aponta a direçaõ

Apontar culpados

Chorar por feridos

Lavar as mãos

Nada me parece tao ilícito
Atos imorais são questão de opinião
Mais vale viver
Correr o risco
Prefiro andar só
Pela contramão

Fatos irreais
Parecem ter razão
Os valores são trocados
E o errado sou eu
que não mudo minha opinião

Eu não mato inocentes
Não procuro os culpados
Eu não julgo atos dementes
O que parece pode não estar errado

Não confie nas palavras
Nada tem semtido real
Não confie nas pessoas
Quase todas lhe desejam mal
Nao confie nas histórias
Sempre se omite um fato
Não confie no amor
Ele é um sentimento escasso