terça-feira, 24 de novembro de 2009

Refexões sobre Deus

A fé que me move
É a mesma que me leva ao fundo do poço
Poço do preconceito
Poço dos pudores.
Mas afinal,
Não teve deus pudor
Ao criar uma criatura
Tão cheia furor e fúria.
Negará sua criação?
A criatura que nos deu o sopro e o sol
A lua e o mar
E a noite para amar
E razão para embriagar.
Negará o criador a criatura
Que morre por desejo
Que arde por paixões
Que chora no escuro?
Negará o criador
Ainda no ventre
O fruto de um falso pecado
Nascerá seu filho já abortado?
A fé que me move
Me venda os olhos para o óbvio
Quererá deus filhos tão cegos
Incapazes de pensar e agir
Máquinas prontas para dizer sim
Sem pensar antes no que diz.
Quererá deus criaturas
Tão vazias em sua plenitude?
Se criasse ele os computadores ao invés dos homens
Obteria muito mais êxito em sua tarefa
Mas se nos criou, ao invés de máquinas perfeitas
É por que assim o quis
E se não teve pudores ao fazer de nós
Loucos, desvairados e dementes
Não julgará os pecados
Que como ele, por amor pecarmos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A rosa e o espinho


Ainda sorria...
Tentou disfarçar a lágrima que caía sem motivo
E descobriu que quando esquecia o motivo
De nada esquecia
E aquela ponta que lhe feria
Doeu ainda mais ainda
O espinho faz parte...
Quando tentou chorar
O céu se abriu como uma cortina
Estrelas, nuvens e a lua...
Entendeu que amar
É bem mais que a delicada flor
Pois o espinho que lhe doía
Esse sim se chamava amor
Então aceitou o simples fato
De que amor sem ser amado
Faz de tudo a flor sem vida
Pelo espinho envenenado
Chamado dor.

Saudades II


Às voltas me perco no mundo...
Caminhos não dão a direção
Sei para onde quero ir,
mas o segredo está guandado
no mapa do meu destino.
Sei que sinto saudades.
Sei que quero voltar...
Mas para habitar minha tribo
ainda tenho muitas guerras a vencer.
E tudo que me resta
são olhos de mar...
Saudade do sol da minha janela!
Agora canto canções de partida
esperando por todo dezembro.
Agora sei a falta que faz
mas ando perdida em velhos sonhos
e novas espectativas
Ando... ando... ando...
As vezes me deparo com algumas pedras no caminho
As vezes volto para levantar um sonho
As vezes paro para recuperar as forças
As vezes sonho para não esquecer seu rosto
Um dia volto para aquele abraço...